Ganhos para as pessoas e o planeta

Adoção de recursos de tecnologia, eficiência e sustentabilidade destacam edificações

A vida agitada das grandes metrópoles e a valorização cada vez maior, pelos indivíduos e pelas empresas, de soluções eficientes, competitivas e sustentáveis são aspectos que impulsionam as construções denominadas como “inteligentes”. Elas se caracterizam por unir recursos tecnológicos e inovadores, como a automação, tanto na construção civil quanto no interior e em produtos utilizados em casas e escritórios, à busca constante pelo uso consciente dos recursos naturais e pela minimização da geração de resíduos, com a adoção de ações de logística reversa e economia circular. Tudo em prol do bem-estar, segurança e facilidade.
No Brasil, grandes empresas apostam e investem nesse conceito. Um exemplo é a Amanco Wavin que, desde 2011, oferece soluções da linha coletor esgoto com núcleo celular, “estrategicamente desenvolvidas para atender aos mercados de infraestrutura para saneamento (essencial para o desenvolvimento de ambientes saudáveis e sustentáveis) e de construtoras e incorporadoras preocupadas em otimizar a pegada ambiental de seus empreendimentos, alinhados às melhores práticas sustentáveis e certificações ambientais”, diz Thiago Thiesen, Gerente de Produtos da Amanco Wavin. Para tanto, o núcleo celular é confeccionado em PVC com agentes expansores que proporcionam leveza e resistência estrutural ao núcleo e, consequentemente, reduzem a quantidade de matérias-primas virgens utilizadas em sua fabricação. “As paredes interna e externa são confeccionadas em PVC liso, garantindo o mínimo atrito e a alta fluidez requeridos para aplicações na condução de efluentes sanitários, efluentes industriais e águas pluviais”, afirma Thiesen.
Também com foco em construções inteligentes e sustentáveis no contexto de busca por eficiência hídrica, a Tigre Água e Efluentes (TAE) atua apoiando clientes corporativos na redução de consumo e custos por meio do melhor uso de recursos. “Além dos projetos sob medida para a indústria, a TAE trabalha, desde 2018, com a venda de metros cúbicos de água tratada para grandes consumidores a partir de sistema de pagamento pelo uso. A qualidade da água e do efluente tratado é garantida em contrato e aferida mensalmente”, diz Patricia Bobbato, diretora Pessoas, Comunicação interna e Sustentabilidade da Tigre. Nesse contexto, a TAE respondeu, em 2020, pelo tratamento de 6,2 milhões de litros de água e pela produção de aproximadamente 67 milhões de litros de água de reúso a partir dos efluentes gerados pelos clientes.

Outro destaque é o fato de, desde 2012, a Tigre utilizar em uma de suas linhas de produtos o chamado “plástico verde”, polietileno proveniente da cana-de-açúcar. Segundo Patricia, “o consumo de 885 toneladas desse material, nos últimos nove anos, proporcionou redução de 4.362 toneladas de CO2 em emissões, o equivalente à captura de 113.058 árvores de reflorestamento, no mesmo período”. Além do polietileno proveniente da cana-de-açúcar, a Tigre adota, em um de seus componentes internos na linha de caixas de descarga, material reciclado proveniente de terceiros. “Em 2020, foram consumidas 85 toneladas desse insumo”, afirma a diretora da Tigre.

Facilidade

Relativamente novo no Brasil, o drywall é outra solução que promove construções inteligentes e sustentáveis. Segundo o CEO da Knauf do Brasil, Eduardo Eleutério, o país adota a solução, que já existe há cerca de 100 anos, há aproximadamente 25 anos. “O drywall contribui, entre outros, com o consumo de água, confi gurando uma solução muito inteligente, especialmente em momentos de crise hídrica. Em um prédio, por exemplo, não é necessário o uso do insumo para a construção das paredes internas, mas apenas nosso sistema, o que permite uma grande economia de água na construção”, diz o executivo. Eleutério exemplifica os ganhos também comparando a geração de resíduos: enquanto o drywall resulta em uma porcentagem de 5% de geração de resíduos, o sistema tradicional de alvenaria gera em torno de 30%. “E esses 5% podem ser reciclados. O nosso sistema é formado basicamente por placas de gesso acartonado e uma estrutura metálica de aço leve. O aço pode ser reciclado indefinidamente e as chapas podem ser utilizadas na indústria cimenteira e na agricultura, para correção de solo, após passar por uma estação de tratamento”, afirma o diretor da Knauf do Brasil, que destina resíduos para a produção de cimentos, fechando seu ciclo de produção e se destacando por adotar critérios da economia circular.
Outros ganhos dos produtos e sistemas da Knauf do Brasil estão na manutenção e na facilidade do drywall, que permite reparos rápidos, limpos e simples, bem como nos atributos do produto, que promove excelente isolamento acústico e, por isso, é amplamente utilizado em cinemas, hotéis, restaurantes e novas construções residenciais. “Há sistemas e produtos de drywall para atender às mais refinadas aplicações”, afirma Eleutério.


Características e benefícios

Segundo a agência de pesquisa e consultoria analítica de ponta Variant Market Research, a tecnologia de modelo sustentável em edificações agrega ao setor brasileiro uma taxa de crescimento anual estimada em 35%, até o ano de 2025, e uma movimentação na economia na ordem superior a US$ 82 bilhões. Nesse cenário, destacam-se características das construções inteligentes e sustentáveis, como ventilação e iluminação natural adequadas, diminuindo a necessidade de uso de aparelhos de ar-condicionado e de produtos para iluminação; a captação de água da chuva para reaproveitamento do insumo, além da correta destinação e do tratamento dos resíduos gerados, tanto na etapa de construção quanto no dia a dia.


DESTAQUES

Impulso e conscientização

Empresas consideram soluções eficazes desde o desenvolvimento de produtos

Cientes da importância de contribuir com construções inteligentes e com critérios de eficiência e respeito ao meio ambiente, companhias consideram soluções sustentáveis desde a etapa de desenvolvimento dos projetos. A RFM, referência no desenvolvimento imobiliário e na construção e incorporação de edificações corporativas, comerciais, residenciais, hospitalares, hoteleiras e escolares, é uma delas. A empresa atua com vistas a implementar soluções inéditas e modernas no mercado brasileiro, com um olhar orientado para a pesquisa e implementação de novas tecnologias. Marcio Botana Moraes, CEO da RFM Construtora e da RFM Incorporadora, esclarece que esse modelo de negócios está alinhado às demandas dos consumidores. “Décadas atrás, quando se falava em moradia inteligente, a referência era o desenho dos Jetsons, com robôs auxiliando nas tarefas e tecnologias muito ligadas ao conforto. Hoje, a tendência maior é de preocupação com a sustentabilidade”, avalia o executivo. Com esse foco, as construções devem considerar a economia e geração própria de energia; a correta disposição, o tratamento e a reciclagem de resíduos; bem como controles para garantir a segurança predial, entre outros.
“Em termos de tecnologia, na RFM sempre buscamos aprender com exemplos do que existe no mundo. Sempre tivemos a curiosidade de ver o que está acontecendo e avaliar o que é viável trazer para o Brasil. E percebemos nos últimos anos que a construção evoluiu bastante – tínhamos no passado perdas de resíduos sólidos em construção acima de 30% e, hoje, é menor de 10%”, afirma Botana Moraes, acrescentando que a empresa utiliza tecnologias construtivas que promovem processos mais secos de construção, contribuindo com a relevante e necessária economia de recursos hídricos. Outro destaque é o fato de a RFM participar do iCON Hub, iniciativa de inovação aberta idealizada pelo SindusCon-SP, em parceria com a Neo Ventures, para fomentar a inovação e o empreendedorismo no setor da construção civil no Brasil unindo empresas, organizações, empreendedores e centros de conhecimento e tecnologia.
A Lopes Construções Inteligentes é outra empresa que projeta, comercializa e instala modernos e inteligentes sistemas construtivos, como steel frame –de construção a seco e que utiliza perfi s em aço galvanizados, placas cimentícias (externas) e placas de gesso acartonado em construções residenciais, comerciais e industriais –, drywall (paredes de gesso), forro de gesso, forro mineral e portas de embutir para paredes de drywall. São sistemas que, além de modernos e inteligentes, respeitam o meio ambiente.
Já a Cyrela tem em seu portfólio apartamentos inteligentes, dotados de sistema smart home, que permite realizar diferentes tarefas por meio de conexão com a internet. Assim, os moradores têm, à disposição, uma série de serviços e comodidades que podem ser gerenciados a distância, por meio de um tablet ou smartphone.

Referência

No mundo todos, edificações inteligentes, comerciais e residenciais, se destacam pelo pioneirismo e por serem exemplos de construções sustentáveis. Em Nova York, nos Estados Unidos, o Bank of America Tower é um símbolo. O prédio foi o primeiro arranha-céu comercial a obter a certificação LEED Platinum, com projeto que enfatiza a luz do dia, o ar fresco e uma conexão com o exterior. O prédio também incorpora medidas de economia de água, como mictórios sem água, promove a reciclagem de efluentes e é dotado de sistemas de coleta de água da chuva. Além disso, as paredes são feitas de materiais que refletem o calor e durante a noite, um tanque térmico de armazenamento de gelo na adega produz gelo para reduzir a demanda de pico na rede elétrica da cidade.



Certificação

Por meio da Certificação GBC Brasil Condomínio ®, o Green Building Council Brasil visa fornecer as ferramentas necessárias para projetos, construções e operação de condomínios residenciais com alto desempenho e práticas sustentáveis. O Brasil se destaca nesse quesito, ocupando a quinta posição de um ranking de 180 países nos quais o certificado é concedido, de acordo com divulgação recente do US Green Building Council (USGBC), com dados de 2020. De acordo com o estudo, o Brasil possui mais de 1,5 mil construções sustentáveis, das quais 641 já certificadas, e 50 milhões de metros quadrados que buscam a conquista da Certificação GBC Brasil Condomínio®.


RECURSOS

Projetos dotados de inteligência

Na construção ou reforma, a dica é priorizar equipamentos sustentáveis

A construção civil é responsável por até 50% de todos os recursos naturais consumidos pela sociedade. O dado, que consta de estudo apresentado pela Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), evidencia a necessidade de profissionais do setor e consumidores lançarem mão de soluções cada vez mais inteligentes para a economia de recursos, seja na realização das obras, seja durante a utilização dos imóveis.
Para tanto, ao planejar um espaço em uma construção inteligente, é necessário considerar todas as oportunidades para aproveitamento da luz natural. Nesse sentido, janelas grandes viradas para leste e oeste e telhados que podem ser recolhidos durante o dia são aliados da eficiência energética, mesmo nos espaços mais simples, como os residenciais. Claraboias também podem compor áreas comuns de construções maiores, além de painéis solares – o que demanda um pouco mais de investimento, mas pode proporcionar ainda mais economia nas contas de luz.
Visando à redução do consumo de água doce, a instalação de cisternas é outro diferencial, que possibilita a coleta, o armazenamento e a reutilização da água da chuva para limpeza da casa e atividades de jardinagem, por exemplo. Tanto as telhas quanto a cisterna, além de diversos outros elementos da casa, podem ser de fabricantes que desenvolvem soluções a partir do reaproveitamento de embalagens, sobras e resíduos, e cujo processo produtivo foi ecologicamente responsável. As oportunidades de uso desses materiais são, assim, numerosas, passando por taipa de pilão, containers, casas pré-moldadas, entre outras.



Uma engenharia civil inteligente deve ainda considerar a destinação dos resíduos, seja na etapa de obras, seja no dia a dia de quem vai usufruir do espaço. No primeiro caso, há de se percorrer todo o ciclo de vida dos produtos para entender como e por que são gerados. Já no segundo, as composteiras podem ser incluídas a fim de reaproveitar insumos orgânicos.



Produtos ampliam a economia

Além do máximo aproveitamento dos recursos naturais, produtos garantem a inteligência das residências ao passo em que promovem economia – de água, energia elétrica e, consequentemente, de dinheiro. Na escolha das torneiras, por exemplo, destaque são modelos com temporizadores, que contam com um dispositivo que aciona e interrompe o fluxo de água em alguns segundos, o que pode reduzir o consumo de água em até 80% na comparação com produtos tradicionais. Outra característica é optar por opções com arejadores, que misturam ar à água, diminuindo o fluxo e mantendo o volume do jato. Outra solução, para chuveiros e descargas, é o regulador de vazão, que compensa a pressão da água, impedindo a passagem de um fluxo maior do que o já pré-estabelecido.
Especificamente no banheiro, são priorizados ainda vasos sanitários com caixa acoplada, que – por terem fluxo limitado por acionamento e exigirem tempo mínimo para serem liberados novamente – gastam cerca de 2/3 a menos de água em relação a modelos com válvula na parede.
Já na iluminação dos ambientes, opções são as lâmpadas de LED, que, ao contrário dos modelos incandescentes e fluorescentes, proporcionam até 80% de economia na conta de luz, além de possuírem vida útil superior.



TECNOLOGIA

Edificações inovadoras e conectadas

Lâmpadas e aspiradores de pó, entre outros, podem ser acionados pela voz

O uso da tecnologia sem fio e da Internet das Coisas (IoT) está cada vez mais presente nas casas inteligentes, onde lâmpadas, condicionadores de ar e persianas, entre outros, podem ser controlados remotamente, por meio de aplicativos, ou por comando de voz. “Os assistentes de voz acabam servindo como hubs, que concentram automações de diferentes fabricantes”, explica Leonardo Vaz, designer gráfico que, desde 2019, tem um alto-falante com a Alexa, a assistente virtual desenvolvida pela Amazon. No começo, o designer usava o produto apenas para ouvir música e como despertador, além de consultar a previsão do tempo, as condições do trânsito e os compromissos na agenda. “Com o tempo, descobri que podia acionar a lâmpada do abajur e o interruptor do ventilador por comando de voz”, lembra. “A partir daí, passei a preferir produtos que tivessem integração com a Alexa”, afirma.
Além da assistente da Amazon, o mercado também oferece aparelhos compatíveis com o Google Home, com funcionalidades muito semelhantes às da sua principal concorrente. A maioria dos dispositivos conecta ambas as assistentes virtuais. Assim, mais recentemente, Vaz pesquisou por aspiradores de pó e optou por um robô da Xiaomi, compatível com a assistente da Amazon. “Aciono o meu aspirador por comando de voz, falando com a Alexa, ou ainda pelo celular, mesmo quando estou longe de casa”, conta.


Outros destaques são as fechaduras digitais, que permitem gerar senhas para liberar remotamente o acesso de profissionais, amigos e familiares; e as geladeiras smart que, conectadas à Internet, podem ser controladas diretamente pelo aparelho celular. Elas são dotadas de soluções que permitem, à distância, alterar temperatura, por exemplo, além de conter sistemas que melhoram a preservação dos alimentos. Outro diferencial é o fato de alguns modelos prometerem uma economia de até 50% de energia. No Brasil, opções incluem modelos da Samsung e da LG. Outro exemplo do uso de tecnologia para mais inteligência está nos fogões que, com conectividade, pelo smartphone ou por assistentes de voz, permitem, remotamente, o acionamento de funções como ligar ou desligar. Os fogões inteligentes contam ainda com sensores para uma precisa regulagem da temperatura, tanto no forno quanto na chama nas bocas.



O que vem por aí...

No Brasil, com a nova geração de internet móvel 5G, que promete conexão com mais velocidade, avanços de tecnologias e a possibilidade de ligar muitos objetos ao mesmo tempo, há expectativa de que, no futuro próximo, o novo padrão de produtos seja dotado de conectividade.
Já em funcionamento na Alemanha, na China, nos Estados Unidos e no Japão, a evolução da conexão 4G atual prevê, além de mais velocidade para baixar e enviar arquivos, menor tempo de resposta entre diferentes dispositivos e mais estabilidade nas conexões. No Brasil, o governo prepara o leilão das frequências antes do funcionamento da nova internet móvel.

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