Caderno Previdência Privada 2012

O mercado de previdência privada aberta encerrou o primeiro semestre de 2012 com crescimento de 32% em relação aos R$ 24,9 bilhões de arrecadação registrados no mesmo período de 2011, segundo dados da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi). No acumulado até agosto, o total foi de R$ 43,3 bilhões, mais 31,4%. “A expectativa é que a carteira de investimentos administrada pela indústria de previdência privada cresça 25,0% em 2012 sobre 2011, alcançando R$ 330 bilhões”, avalia o vice‑presidente da FenaPrevi e diretor‑executivo de Investimento e Previdência do Itaú Unibanco, Osvaldo do Nascimento. Até junho, a carteira – que é representada pelos ativos captados somados a seus rendimentos e excluídos os saques – estava em R$ 302 bilhões. O plano de maior crescimento foi o Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL), recomendado a quem não declara IR pelo modelo completo. No primeiro semestre, somou R$ 28,0 bilhões, 38,2% acima do registrado no mesmo período do ano passado. O VGBL representa 63,2% do volume de depósitos.
Planos
Já o Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) inteirou contribuições de R$ 3,2 bilhões, alta de 8,5%. Essa modalidade é adequada a quem faz a declaração completa do Imposto de Renda (IR), pois permite deduzir as contribuições do valor do imposto a ser pago (até o limite de 12% da renda bruta individual anual). A arrecadação dos planos tradicionais cresceu 2,1% no primeiro semestre de 2012, em relação ao mesmo período de 2011, mantendo‑se no patamar de R$ 1,6 bilhão. Os demais produtos de previdência complementar (Fapi, PGRP e VGRP) totalizaram R$ 7 milhões.

Cenário estimula maior crescimento

Diante das desvantagens da previdência oficial e do medo do contribuinte em relação ao que está por vir na aposentadoria pelo INSS, muitos brasileiros têm visto na previdência privada uma solução para garantir o sossego na terceira idade. Por duas décadas, o país foi pressionado por forte inflação, o que deixava a população sem condições de planejamento em longo prazo. Contudo, com o controle da alta de preços, a estabilidade da moeda, o aumento da expectativa de vida, do emprego e da renda, o brasileiro – até então receoso em relação aos investimentos – percebeu que, mesmo com a conturbada situação da economia mundial, o mercado interno continuava em ritmo de crescimento. “Esse novo cenário contribuiu para que o brasileiro começasse a acreditar mais em produtos de longo prazo, e essa percepção tem estimulado o ingresso de pessoas que pensam no futuro e veem na previdência privada uma maneira de maximizar seu patrimônio para uma aposentadoria mais planejada e tranquila”, afirma o diretor de Negócios da Seguros Unimed, Mauri Raphaelli.
Expectativas
Tendo em vista o momento positivo vivido pela economia brasileira, empresas do setor apostam na evolução do mercado. “A expectativa é que o segmento atinja um crescimento de 25% em 2012. Mas temos potencial para crescer significativamente no próximo ano”, diz Raphaelli, reforçando a estimativa de desempenho futuro feita pela FenaPrevi. Em 2013, os juros baixos devem levar a uma mudança significativa nos fundos de previdência privada, que terão de diversificar as aplicações e assumir mais riscos para manter a rentabilidade. “A mudança deve começar pelos produtos destinados a jovens e crianças, que pretendem formar poupança de longo prazo para bancar a universidade e o início da vida adulta”, destaca Osvaldo do Nascimento, da FenaPrevi.

VANTAGENS

Investimento para garantir tranquilidade

Modalidade de aplicação de recursos é boa opção para complementar renda em longo prazo

Para quem contratou ou pretende contratar uma previdência privada, é mais que verdadeiro o ditado “tempo é dinheiro”. Por conta de um dinheirinho – ou dinheirão – a mais no mês, que pode garantir o sossego no futuro, vem aumentando o número de brasileiros que deixam a desconfiança de lado e descobrem que vale a pena planejar os rendimentos ao longo dos anos, com o investimento de valores mensais. É o caso do administrador Raphael de Paula, de 30 anos que há seis meses aderiu a um plano oferecido pela empresa em que trabalha e que poderá ser resgatado a partir dos 55 anos. “Fiz pensando em complementar minha renda após a aposentadoria, tendo em vista que apenas o valor pago pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) é insuficiente para manter o mesmo padrão de vida quando eu parar de trabalhar”. Essa é exatamente a principal função desse tipo de investimento, segundo o presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros de São Paulo (Sincor‑SP), Mário Sérgio de Almeida Santos. Ele enfatiza: para quem não contribui com o INSS, contratar um plano deixa de ser opção e torna‑se uma obrigação. “Nesse caso, a previdência privada deve ser tratada como prioridade e uma meta na vida. Assim, evita‑se a dependência de terceiros quando a capacidade de trabalho cessar no futuro”. Além disso, de acordo com o vice‑presidente da Mapfre Previdência, Eduardo Freitas, a previdência privada não precisa ser a única forma de investimento: “Dependendo da disponibilidade, pode‑se diversificar a carteira de investimentos e assim ter ainda mais rentabilidade”.
Rendimentos
Tranquilidade, simplicidade, liquidez certa e boa rentabilidade são algumas das vantagens enumeradas pelo presidente do Sincor‑SP: “Atualmente, as previdências privadas, na média, têm rendido mais que outros tipos de aplicação, inclusive a poupança. Além disso, não é preciso ser um expert em mercado financeiro para garantir um bom rendimento, como em outras aplicações, a exemplo de Bolsa”. Outro benefício é a possibilidade da portabilidade, como no caso dos planos de saúde ou de telefonia. “O contratante deve acompanhar a rentabilidade da previdência que contratou e, caso outras instituições estejam apresentando uma rentabilidade maior, avaliar fazer a migração total ou parcial”, diz Santos. Além disso, o tempo de investimento é muito importante. “Quanto mais cedo se fizer uma previdência, maior o valor acumulado, principalmente se for para uma criança, pois os pais podem utilizar o valor para pagar a faculdade dos filhos.” Eduardo Freitas ainda acrescenta outro ganho. “Ao autorizar o débito em conta, o contratante adquire disciplina. Ou seja, passa a ter noção do quanto pode gastar ao mês, já que aquele valor já está comprometido. É diferente de poupar ou aplicar o que resta no fim do mês”, diz.
Alertas
Apesar de se tratar de um investimento vantajoso, Santos alerta: “É possível sacar o valor antes do tempo, mas essa é a principal – e talvez, única – desvantagem porque a perda é maior que em outras aplicações.” Além disso, é preciso ter cuidado com a instituição contratada. “Deve‑se pesquisar se a empresa tem tradição e apresenta bom histórico no mercado. Para isso, pode‑se consultar um corretor especialista nessa área, que indicará os melhores planos e instituições, de acordo com o que se pretende”, finaliza o presidente do Sincor‑SP.

Quando pode valer a pena revisar a opção

Conforme muda o mercado financeiro, pode se tornar necessário revisar o plano de previdência contratado. Até um ano e meio atrás, por exemplo, poupança e fundos de investimento tinham rendimento líquido entre 6% e 7% ao ano. A queda da inflação forçou a redução dessa rentabilidade, como lembra o vice‑presidente da Mapfre Previdência, Eduardo Freitas. Assim, é preciso ter em mente três fatores:
1. Entender em que tipo de fundo o dinheiro está sendo aplicado (se de renda fixa ou variável). Se o contratante optar pela segunda modalidade, pode ser que a expectativa de maior rentabilidade não seja atingida. No entanto, o contrário também pode acontecer e as expectativas de ganho podem ser superadas.
2. Saber o percentual das taxas de administração cobradas pelo gestor. Se for muito alto, a rentabilidade cai.
3. Acompanhar constantemente a rentabilidade do gestor. “Nas páginas de jornais, é possível se informar sobre o desempenho dos fundos. Se for bom, vale a pena deixar o dinheiro aplicado; caso não, é possível também mudar, já que a portabilidade é permitida”, explica Freitas. Além disso, segundo ele, é possível alterar o tipo de fundo. “Quem optou por renda fixa pode transferir para renda variável e vice‑versa, tudo isso sem custo e sem ônus para o contratante.”

MODALIDADES

Planos feitos sob medida para cada perfil

Expectativas do investidor e sua renda definem o melhor produto para a poupança da aposentadoria

Na sopa de letrinhas dos planos privados de previdência complementar, as pessoas costumam ficar confusas sobre qual é o melhor produto, o mais rentável e que seja capaz de atender às suas necessidades no momento da aposentadoria. Basicamente, as instituições financeiras oferecem dois tipos: o Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) e o Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL). O PGBL permite que o aplicador adie o pagamento do Imposto de Renda (IR) para o momento do resgate. É recomendado para quem declara Imposto de de Renda no modelo completo e contribui para a previdência oficial. Com ele, é possível deduzir até 12% da renda anual tributável, pagando menos IR. Na hora do resgate, o IR incide sobre todo o valor resgatado (valor investido mais remuneração). Já no VGBL não há benefício da dedução do Imposto de Renda. Esse tipo de plano é indicado para quem não contribui para previdência oficial ou é isento de IR ou faz a declaração anual simplificada. A vantagem dessa modalidade é que, embora não haja o benefício fiscal na hora em que se está investindo, no momento do resgate, o imposto incide somente sobre a rentabilidade acumulada. Em ambos os casos, o investidor precisa prestar atenção nas taxas que incidem sobre a rentabilidade. É necessário verificar o quanto pagará de taxas de administração e de carregamento. A primeira se destina ao custeio da administração do plano e é paga anualmente. Já a taxa de carregamento é paga a cada depósito efetuado.

Rentabilidade com solidez

Em finanças, nada é livre de riscos. O principal fator, ainda que incomum, é o de a seguradora quebrar. Ao contratar um plano de previdência, deve-se ficar atento à solidez da instituição onde o dinheiro será aplicado. Por ser um invetimento de longo prazo, caso haja algum problema com a seguradora, o cliente pode acabar no prejuízo ou, na melhor das hipóteses, aguardar um longo período até que a Justiça defina a situação. Se no meio do caminho houver arrependimento de ter contratado uma determinada empresa, é possível fazer a transferência dos recursos para outra instituição, desde que para a mesma categoria de plano: por exemplo, do VGBL de uma empresa para o VGBL de outra. A troca não é possível para outro tipo de plano.

Economia para o futuro

Há cerca de sete anos, a médica Mercedes Solange de Oliveira, de 47 anos, resolveu fazer um plano de previdência complementar, pensando na aposentadoria. Como é assalariada e declara Imposto de Renda pelo formulário completo, seu gerente indicou a modalidade PGBL – aconselhamento correto. A motivação, conta Mercedes, foi também a sua incapacidade de poupar espontaneamente. Amante de viagens internacionais, sempre que pode usa as suas economias para esse fim. Como a previdência é compulsória, ela diz ter se habituado a contar com menos recursos em conta corrente. E, como contrapartida, dorme mais tranquila.

EDUCAÇÃO FINANCEIRA

Disciplina é a forma mais eficaz de poupar

Especialistas recomendam evitar o consumo por impulso e controlar as finanças desde a infância

Cada vez mais os brasileiros estão percebendo a importância do planejamento financeiro para garantir, além do equilíbrio nas contas mensais, um futuro mais tranquilo e livre de aborrecimentos. Isso fica ainda mais evidente diante do cenário econômico, que permitiu a milhões de pessoas passarem a integrar a nova classe média, com aumento significativo no consumo de bens e serviços. Consumir é bom, mas desde que seja feito com consciência e planejamento. Essa é uma visão comum à maioria dos especialistas em economia. Eles advertem que muitas pessoas só percebem que as finanças saíram do controle quando já estão muito endividadas. Cultura “O brasileiro tem tendência para o consumo e o nível de endividamento das famílias é razoavelmente alto. Além disso, não há cultura de poupança”, destaca William Eid Junior, coordenador do Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getulio Vargas (FGV). Uma dica do professor é esperar alguns dias antes de adquirir um bem: “Se foi ao shopping center no final de semana e ficou louco para comprar algo, espere até quarta‑feira. Na maioria das vezes, a vontade passa. Se decidir realmente comprar, faça uma visita às lojas, pesquise preços e compare as condições de pagamento”, ensina. Sair das dívidas e adotar novos hábitos com relação ao dinheiro são aspectos que podem ser aprendidos. É preciso estar disposto a mudar e acreditar que é possível atingir a liberdade financeira. Para isso, os analistas explicam que é necessário fazer um planejamento mês a mês. Esse processo ajuda a avaliar o orçamento e questionar se os gastos são maiores ou menores que os ganhos, além de identificar o eventual pagamento de juros muito altos.“As pessoas têm de ter o Bom-senso de controlar seus gastos. Para fazer isso não é necessário lançar mão de grandes esforços. A boa e velha planilha de Excel ainda é a principal aliada”, diz Eid.
Planejamento
Os especialistas também são unânimes ao dizer que a educação financeira deve começar ainda na infância, como parte da formação dos filhos. Para Fernando Schwarz Gaggini, advogado e professor universitário especializado em Direito Mobiliário, do blog Educação Financeira, a caderneta de poupança é uma boa ferramenta para orientar os pequenos e mostrar a eles a importância de poupar. Já para os mais crescidos, ele ressalta que um bom plano de previdência é a forma adequada de preparar a aposentadoria. “Em comparação a outros fundos de investimento, os de previdência oferecem uma condição fiscal mais benéfica para quem está pensando em longo prazo”, diz Gaggini. Segundo ele, com o aumento da expectativa de vida da população, a tendência é que o governo mude as regras da aposentadoria oficial, tornando‑a ainda mais difícil. Por isso é importante começar a guardar recursos logo, mesmo que a quantia seja modesta.

Análise tem apoio virtual

Sites e mídia sociais podem ajudar quem estiver interessado em adquirir mais informações sobre educação financeira. Esses ambientes virtuais põem à disposição ferramentas de controle que permitem, principalmente, que a população jovem tenha mais contato com informações sobre investimentos. William Eid explica que já existe bastante procura por essas ferramentas, mas é importante fazer uma seleção criteriosa e avaliar a idoneidade dos espaços. “Os sites de bancos podem ser bastante úteis, mas ainda falta propensão do brasileiro a usá‑los”, diz o professor da FGV. Ele acrescenta que a pessoa interessada em atingir o primeiro milhão de reais não é, necessariamente, a que investe melhor, mas sim aquela que é disciplinada. “É quem todo mês, quando recebe o seu salário, separa e aplica entre 15% e 20%. Com o tempo, ele pode até aprender a investir melhor, mas o segredo será sempre a disciplina."

LANÇAMENTOS

Seguradoras investem em novos produtos

Novidades têm foco em pequenas e médias empresas e aumentam rentabilidade

De olho em um mercado que representa 98% das empresas em operação no Brasil e que deve crescer mais de 50% até 2015, a Icatu Seguros lançou neste ano a família de produtos Contrate Fácil, focada nas pequenas e médias empresas. Ela engloba produtos de Seguros de Vida e de Previdência desenhados para empresas de 3 a 500 funcionários. “Identificamos um nicho em que o processo pode ser padronizado. As pequenas e médias empresas têm necessidades mais simples”, diz Plinio Sales, superintendente de Produtos de Previdência da Icatu. “Em uma única reunião, desenha-se o plano e o contrato pode ser assinado”, diz. Outra novidade da seguradora, também para o segmento empresarial, é o Previ Executivo. Destina-se sobretudo aos sócios ou executivos qualificados. A empresa averba um plano com a seguradora e oferece condições melhores para os segurados. Trata-se de um produto altamente competitivo com planos individuais existentes no mercado. Além disso, diz Sales, há sigilo total sobre os aportes e as reservas de cada participante. Em ambos os casos, a empresa pode oferecer tanto a modalidade Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) quanto Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL). A oferta das alternativas permite que o funcionário escolha o melhor plano de acordo com seu perfil. Já a Zurich Seguros lançou o Zurich Previdência Individual. A companhia modelou um produto com opções de contribuição, flexibilidade para alterar o valor, suspender e retomar as contribuições quando o segurado desejar, sem perder valores acumulados. Outro diferencial está na livre indicação de beneficiários, ou seja, não há necessidade de vinculação ou parentesco no momento de contratação e desenho do plano.
Nichos
A SulAmérica Seguros explora outro nicho. De acordo com a empresa, diante das tendências do cenário macroeconômico brasileiro, que apontam para a contínua, embora gradual, queda da taxa básica de juros e expectativa de inflação elevada, os clientes de planos de previdência buscam alternativas para atingir seus objetivos de aposentadoria. Por isso, a seguradora lançou dois novos fundos de previdência: o SulAmérica Prestige Inflatie Prev e o SulAmérica Prestige Total Prev. Ambos são voltados para clientes de alta renda, com aplicação mínima de R$ 200 mil, e têm como principal diferencial a gestão ativa dos recursos. Em outra linha, a Caixa Seguros lançou um pacote de produtos de previdência com isenção das taxas de carregamento.Os clientes que aportarem recursos nos novos planos terão a oportunidade de acumular maiores valores com custo zero. Ao contratar os novos produtos, o cliente paga apenas a taxa de administração, que varia de acordo com o volume aportado – ficando entre 0,5% e 2,0%.

Opção por tipo de tributação

Quem investe em um plano de previdência deve optar por uma de duas formas de tributação: progressiva, na qual as alíquotas aumentam conforme a quantia investida no fundo, e regressiva, cujas alíquotas diminuem com o passar do tempo. No caso da tributação regressiva, quanto mais tempo o dinheiro ficar aplicado, menor será a proporção de impostos paga no momento do resgate dos recursos. A medida visa incentivar a poupança de longo prazo. Ou seja, se o investidor precisar dispor do dinheiro antes do prazo previsto, o impacto dos impostos sobre o valor a ser resgatado será grande. Em compensação, para quem mantém o dinheiro aplicado por mais de dez anos, a incidência de IR será de 10% – em comparação a 35% no caso de os recursos ficarem aplicados dois anos.

FUTURO

Cofrinho atual para crianças do século 21

Planos para crianças e jovens dão garantias ao futuro e incentivam educação financeira

No princípio era um cofrinho, para depositar moedas; depois, as cadernetas de poupança, muitas delas abertas no caminho da maternidade de volta para a casa. Hoje, com maior rentabilidade em longo prazo, os planos de previdência têm se tornado uma coqueluche na hora de investir recursos em nome dos filhos, netos e sobrinhos. De acordo com a Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi), os planos para crianças e adolescentes foram a segunda modalidade com maior desempenho relativo no acumulado de janeiro a setembro deste ano, encerrando o período com R$ 1,4 bilhão em aportes, 12% mais que no mesmo período de 2011. Líderes no ranking, os planos individuais cresceram 33% no período, e os empresariais apareceram em terceiro na distribuição por planos, com incremento de 5%. Na Bradesco Vida e Previdência, os planos de previdência feitos com o objetivo de acumular recursos para a educação tiveram incremento de 23% entre janeiro e setembro deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. “Boa parte desse aumento é amparado pelo público de renda mais baixa”, afirma o presidente da Bradesco Vida e Previdência, Lúcio Flávio de Oliveira. Segundo ele, esse crescimento é bastante sustentável, pois é observado em 100% dos municípios brasileiros, sobretudo nas Regiões Nordeste, Norte e Centro‑Oeste. “É mais do que no Sudeste, que sempre representou 50% da nossa receita”, diz, explicando que a instituição oferece planos com aportes mensais a partir de R$ 30,00. Também o Itaú Vida e Previdência está oferecendo produtos com foco nos jovens. Lançou a Família First, destinada a quem está pensando em garantir o futuro de filho, neto, sobrinho ou afilhado. Além disso, oferece uma cobertura adicional que assegura o pagamento de uma renda mensal até os 21 anos de idade do dependente.

Longo Prazo
Pesquisa realizada pela Brasilprev Seguros e Previdência, pioneira na oferta do produto, revela que, dentre os mais de 1,4 milhão de planos PGBL e VGBL da companhia, 40% são destinados aos menores de 18 anos. Já no Bradesco, por exemplo, 47% desses planos pertencem a pessoas com renda de até R$ 2,5 mil. Segundo a Brasilprev, a noção de aplicação de longo prazo está implícita nos ideais desses clientes. Eles pretendem permanecer com o plano por muitos anos, pois, dos mais de 577 mil planos do segmento na seguradora, 57% optaram pela tabela regressiva do Imposto de Renda, que tem alíquota menor quanto maior for o prazo de aplicação.

Pensando mais longe

Por pensar em longo prazo, a publicitária Thais Sousa Rodrigues, de 32 anos, adquiriu em 2010 uma previdência para a filha, atualmente com 6 anos Desde então, passou a destinar R$ 60,00 do salário de R$ 1.500,00 para esse fim. “No futuro, ela poderá usufruir esse dinheiro como quiser: um intercâmbio, uma viagem dos sonhos, uma faculdade, a compra de um carro, a entrada em um apartamento”, explica Thais, que tomou a decisão após se separar do marido. Assim como a publicitária, na base de clientes da Brasilprev, 90% dos responsáveis financeiros são os pais – 6% avós, 2% tios e o restante de outras classificações. O aporte média mensal é de R$ 117,00, 7% superior à do último ano. Além da função de guardar dinheiro, o presidente da Bradesco Vida e Previdência destaca outra missão importante dos planos de previdência para jovens: a educação financeira. “Mais que acumular recursos, eles ajudam na consciência de economizar e trabalhar a cultura de longo prazo”, avalia Lúcio Flávio Oliveira.

MULHERES

Mercado de previdência está de olho nelas

Preocupadas com o futuro, mulheres incrementam procura de planos de previdência privada

Elas são maioria nos bancos universitários. Completamente inseridas no mercado de trabalho, ocupam cada vez mais posições estratégicas nas empresas e em órgãos públicos. Normalmente com personalidades mais zelosas e preocupadas que os homens com o próprio futuro e o da família, as mulheres formam um crescente nicho de consumidoras de previdência privada. Pesquisa da ExpoMoney mostra que 23% das mulheres presentes em evento promovido pela entidade em setembro possuíam plano de previdência próprio. O número entre os homens ainda é superior, chega a 31%, mas esse novo perfil chama a atenção do mercado: 51% das entrevistadas afirmaram pensar em fazer um plano, enquanto a porcentagem de homens foi de 41%. Os dados sobre rejeição também confirmam a tendência: 15% dos homens disseram que não farão um plano previdenciário, enquanto entre as mulheres essa proporção foi de apenas 6%. De acordo com Augusto Saboia, planejador financeiro familiar envolvido com o levantamento da ExpoMoney, o mercado está atento a essas consumidoras em potencial. “Todo mundo está correndo muito para esse nicho. Hoje as seguradoras já oferecem os planos diretamente para as esposas, que são mais fiéis no pagamento e têm mais essa consciência de futuro. Elas também estão vivendo muito mais que os homens e por isso vão precisar mais do recurso”, explica. Na Mongeral Aegon Seguros e Previdência, por exemplo, as mulheres são 48% dos cerca de 600 mil clientes. Saboia avalia que a corrida feminina por planos previdenciários teve início há cerca de dez anos e ainda tem um grande viés de crescimento. “Elas continuam assumindo posições no mercado que antes eram dos homens. O IBGE mostra que 34% dos lares brasileiros são chefiados por mulheres e o número de brasileiras com previdência privada ainda é muito pequeno em relação ao total da população”, completa.

Atentas à melhor idade

A psicóloga Daniela Buciano, de 34 anos, fez um plano de previdência no Santander, onde é correntista, e há quatro anos contribui mensalmente com o valor de R$ 150,00. “Não pretendo mexer nesse dinheiro; estou guardando para a aposentadoria mesmo, para ter uma complementação quando eu tiver 60 anos”, afirma Daniela, que também contribui com o INSS. Para Augusto Saboia, planejador financeiro, a importância da previdência privada para as mulheres é ainda maior do que para os homens. “Elas vivem mais e com isso ficam mais tempo doentes. Quando vejo algumas meninas gastando o salário todo em batom, fico pensando como será a vida centenária delas. Precisam pensar que depois de se aposentarem têm ainda quase mais 40 anos de vida”, diz. Saboia aconselha manter dois ou até três planos distintos. “Se você começou um com 30 anos, para receber a partir dos 60, tem de começar outro com 40 anos para receber depois dos 70, pois a inflação real de dez anos é diferente da corrigida pelo governo”, aconselha, explicando que o poder de compra do benefício deve diminuir com o passar do tempo.

LONGEVIDADE

Planejamento para uma vida mais longa

Longevidade tem impacto na previdência e expectativa de vida aumentou 3,65 anos desde 2000

Os avanços da medicina preventiva e curativa têm levado a um aumento significativo da expectativa de vida dos brasileiros. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a esperança de vida ao nascer chegou aos 74,08 anos em 2011 – 3,65 anos mais que em 2000 e 26,08 anos acima de 1960. Esse incremento tem impacto direto sobre a previdência. Vivendo mais, os brasileiros trabalham até mais tarde, mas o número de anos de inatividade profissional também é maior. De outra parte, busca-se melhor qualidade de vida na terceira idade: os gastos com lazer e saúde podem aumentar. Para garantir uma velhice tranquila, é importante planejar recursos financeiros adequados ao padrão de vida que se está acostumado a ter. Ou seja, é preciso poupar desde cedo.
Impactos
“O que um plano de previdência paga, no caso de renda vitalícia, precisa refletir o cálculo de sobrevivência da população, para que haja equilíbrio de recursos. A longevidade é um dos principais fatores nos planos de previdência, e um dos principais motivadores, pois, por estarem vivendo mais, as pessoas precisam se planejar melhor”, explica Lúcio Flávio de Oliveira, presidente da Bradesco Vida e Previdência. O Bradesco realizou em novembro o 7º Fórum da Longevidade Bradesco Seguros, reunindo 700 participantes para discutir os impactos do envelhecimento populacional na economia. David Bloom, professor de Economia da Universidade de Harvard, lembrou no evento que “a população envelheceu, a renda per capita dobrou, a expectativa de vida aumentou e a educação melhorou” – o especialista defendeu a realização de mudanças estruturais, sociais e políticas para minimizar os impactos do envelhecimento populacional, uma questão relevante em grande parte dos países. É por isso que os planos levam em conta a taxa de sobrevivência da população. Em 2010, a Superintendência de Seguros Privados (Susep) e a Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi) lançaram a primeira tábua atuarial brasileira, a BR-EMS. Elaborada pelo departamento de matemática aplicada da Universidade Federal do Rio de Janeiros, a BR-EMS foi uma conquista, diz Oliveira, da Bradesco Vida e Previdência: “A tábua atuarial precisa refletir as características da população, pois se não há desequilíbrio no propósito do plano de previdência”.

Sem preparação para viver bem na velhice

Para promover o bem-estar no futuro, a melhor medida é economizar desde cedo. Mas de acordo com a pesquisa O Futuro da Aposentadoria, realizada em 2011 pelo HSBC, 50% dos entrevistados não se sentem financeiramente prontos para a aposentadoria – 25% não sabem qual será sua principal fonte de renda. O dado positivo é que a maioria está começando a ficar atenta às finanças: 51% dos brasileiros têm o hábito de fazer planejamento financeiro, dado acima da média global (50%) do levantamento feito pelo HSBC. A lógica é simples: se uma pessoa vive mais, precisa poupar mais para o futuro. Um exemplo: se começa a economizar aos 30 anos, se aposenta com 50 e vive até os 60, são 20 anos de contribuição para 10 de aposentadoria. No entanto, se viver até os 80, serão 20 anos de contribuição e 30 de benefício, o que dá uma valor mensal muito menor.

Editorial

A Point Comunicação e Marketing idealiza e coordena comercialmente publicações setoriais especializadas de acordo com o foco do negócio.

  • Definimos o conceito e conteúdo editorial da publicação;
  • Concebemos o projeto a ser comercializado com especificações de vantagens e reciprocidades;
  • Coordenamos e acompanhamos o desenvolvimento editorial;
  • Elaboramos as propostas comerciais, negociações e venda de patrocínio e anúncios.

É assim que a Point diferencia, personaliza e apresenta os produtos ou serviços de seus clientes.

A publicação Vendas Diretas é um projeto idealizado e comercializado pela Point objetivando valorizar o setor de vendas diretas do país e incrementar os negócios no segmento.

Contato







Créditos

Projeto e comercialização:Point Comunicação e Marketing

Point CM

Edição e diagramação online: Milton F. Merlin

Redação e edição: Editora Contadino

Layout e editoração: Multi Design