A julgar pelos números da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi), tem crescido gradual e consistentemente a preocupação das pessoas com a manutenção do padrão de vida após a aposentadoria e com a educação e o futuro estável dos filhos. De janeiro a setembro deste ano, as contribuições feitas por titulares de planos abertos de previdência somaramR$ 56,7 bilhões, o que representa alta de 10,29% na comparação com os recursos movimentados no mesmo período de 2013.Na análise por modalidade, os crescimentos apresentados nos nove primeiros meses foram de 8,83% nos planos individuais, cujas contribuições totalizaram R$ 49,4 bilhões; 11,47% nos produtos para menores, que somaram R$ 1,4 bilhão em recursos; e 23,83% nos planos empresariais, com R$ 5,9 milhões recebidos. Já a carteira de investimentos somou R$ 413,6 bilhões, expansão de 15,28% emrelação a setembro de 2013. Por tipo de produto, a carteira do Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) passou de R$ 229,6 bilhões para R$ 278,7 bilhões (alta de 21,43%) e a do Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) cresceu 11,91%, de R$ 77,8 bilhões para R$ 87 bilhões na mesma comparação. A carteira dos planos tradicionais, por sua vez, registrou R$ 47,2 bilhões, queda de 7,17% em relação a setembro do ano passado.
Em setembro último, o total da carteira de investimentos das empresas de previdência privada totalizou R$ 414,8 bilhões, dos quais quase 80% detidos pelas três maiores companhias do segmento: Bradesco, Brasilprev e Itaú. Já em receita, o valor chegou a R$ 56,6 bilhões no acumulado de janeiro a setembro. Na distribuição desse montante por produto, o VGBL abocanhou a maior fatia, de 85,22%. O PGBL ficou com 9,68%.
Fazer reserva financeira para garantir
um futuro mais estável ou enfrentar
uma eventualidade já é prioridade para
30%dos domicílios brasileiros, de acordo
com pesquisa da FenaPrevi feita com
1,5 mil indivíduos das cinco regiões do
país. Dos lares que fazem reserva, 52%
guardam mensalmente até 10% do orçamento
familiar.A poupança é amodalidade
preferida de investimento, mencionada
por 85% dos consultados. Os
fundos de investimento são a escolha de
5%, e os planos de previdência, a de 3%.
Os dados revelam, portanto, grande
espaço para a expansão dos planos de
previdência. Até porque, 21% dos entrevistados
no levantamento declararam
ter interesse em adquiri-los, e 78%disseram
não conhecer a modalidade.
Fortalecimento da cultura de poupança, previsibilidade e estabilidade
econômica compõem o tripé que ampara o crescimento gradual e contínuo
da previdência complementar nos últimos anos, na avaliação do
presidente da FenaPrevi,Osvaldo doNascimento. Ele lembra que, de 1993
até agora, as reservas do setor evoluíram 140 vezes: de R$ 3 bilhões para
R$ 420 bilhões, ou seja, crescimento de 20% a 30% ao ano.E apesar da estagnação
vivenciada no final do último trimestre do ano passado e primeiro
trimestre deste ano, a expansão foi retomada, e 2014 deve terminar com13%
mais, emtermos de captação, na comparação com 2013.Nascimento
explica as razões desse comportamento na entrevista a seguir.
O Brasil tem como pano de fundo a previdência
social, que passou por microrreformas, com a introdução
de tempo de contribuição, critério de cálculo
de aposentadoria, idade mínima e teto. Apesar
das alterações, o sistema é deficitário, com teto bem
elevado comparativamente à renda média do brasileiro:
R$ 4 mil. Então, por um lado, o brasileiro não vê
tanta necessidade assim de complementar a aposentadoria.
Por outro, as notícias constantes sobre a urgência em reformar
o sistema previdenciário e sua situação deficitária levam as pessoas
a duvidarem se estarão cobertas no futuro. Os problemas estruturais
as estimulam a se preocupar com a previdência complementar.
Até o Plano Real, o país era marcado por altos índices de inflação e
taxas de juros também muito elevadas. Há 25 anos, as pessoas não
pensavam no longo prazo porque estavam preocupadas em garantir
o alimento do dia seguinte. A partir do Real, a inflação ficou sob controle
e passamos a ter mais previsibilidade. Soma-se a isso a Lei Complementar
109/01, que regulamentou a previdência complementar e
possibilitou a padronização de produtos, como os PGBL e VGBL. Assim,
com o cenário econômico de inflação controlada, previsibilidade
e regras mais estáveis para a previdência, o mercado criou condições
para crescer: em 1993, ponto de início desse cenário, tinha em reservas
R$ 3 bilhões, e hoje tem mais de R$ 420 bilhões. Cresceu mais
de 140 vezes ao longo desse período, a taxas de 20% a 30% ao ano.
Foi o cenário que norteou a expansão da previdência, principalmente
com base no PGBL e no VBGL, focados nos públicos que fazem a
declaração de IR completa e simplificada. Foi conquistada também
parte do público emergente, das classes D e E, que migrou respectivamente
para as classes C e D, e passou a fazer planos de
previdência complementar justamente pela dificuldade de
enxergar como será a previdência social no futuro. Então
o setor hoje reúne quase 13 milhões de participantes,
grande parte dos quais faz contribuiçõesmensais, ou seja,
não têmelevados recursos,mas têmdisciplina de poupar
umpouco todomês.A evolução foi gradual e ocorreu até
março do ano passado, quando a inflação voltou a fugir
do centro da meta e o governo, que tinha como estratégia
a redução da taxa de juros (Selic), então por volta de 7,5%,
começou a elevá-la. A volatilidade na curva de juros refletiu na
oscilação da rentabilidade dos planos de previdência a partir de abril, e
levou o mercado a contribuirmenos e a resgatarmais, temeroso emaplicar
no longo prazo. Isso caracterizou 2013 e o primeiro semestre deste
ano, quando o volume de contribuições ficou praticamente estagnado.
BO brasileiro gosta de investir no longo prazo, mas sabe pouco das implicações
desses investimentos, principalmente quando hámodificações
no cenário econômico. Então, o setor passou a investir em educação
financeira: emseminários para os consumidores e cursos a distância para
qualificar e certificar corretores e concessionários que distribuemos produtos.
Na medida emque as pessoas começarama entender quais são as
implicações do investimento de longo prazo e tambémque as taxas de juros
começarama se elevar, a partir do início do segundo semestre, passarama
ficarmais confortáveis, e omercado deu sinais de recuperação.
MODALIDADES
Um sistema com diversos benefíciosAprevidência privada pode ser considerada uma aposentadoria complementar à garantida pelo sistema público. Os planos, fiscalizados pela Susep, são excelente investimento em um cenário de inversão da pirâmide populacional em razão do crescente aumento da expectativa de vida do brasileiro. Sérgio Prates, superintendente de produtos de previdência da Icatu Seguros, reforça a importância desse planejamento. Para o executivo, é fato que a previdência complementar tende a se destacar cada vez mais no cenário de aumento de longevidade. ”No entanto, mais do que criar novos produtos, a grande questão é que as pessoas precisam entender que elas são responsáveis pela própria aposentadoria e deixar de delegar essa atitude para o governo ou para as empresas.A pessoa precisa ter em mente que a longevidade implica conseguir manter o padrão de vida por mais tempo, e que a previdência é o veículo ideal para isso”, diz. Além disso, mais do que garantir um futuro com estabilidade financeira, como investimento de médio e longo prazos, os planos de previdência privada configuram um meio para custear projetos como a aquisição de imóvel, viagem ou a faculdade dos filhos. Nesse caso, o diferencial em relação a outros investimentos é que não há incidência de Imposto de Renda a cada seis meses sobre os rendimentos obtidos. Entre outras vantagens da previdência privada está também a escolha dos valores investidos, de acordo com a situação financeira. Com o recebimento do 13º salário, por exemplo, é possível fazer aportes extras. E, no caso de despesas não programadas, que podem comprometer o orçamento mensal, é possível suspender as contribuições por certo período, até que a situação se normalize, ou ainda realizar resgates programados. Há tambéma possibilidade de diversificar os recursos investidos em fundos de perfis diferentes e de alteração do fundo escolhido ou da seguradora inicialmente selecionada.Assim, o futuro beneficiário tem a liberdade de continuar investindo nas diversas fases da vida. A previdência privada permite ainda planejar a sucessão familiar, já que os planos garantem que o titular indique quem receberá o saldo acumulado no caso de suamorte, independentemente de serem ou não herdeiros diretos. O segurado pode decidir até se os recursos serão destinados aos beneficários de uma só vez ou como renda mensal por prazo definido. E como as reservas acumuladas não precisam passar por inventário, os recursos chegam às mãos dos beneficiários de forma mais ágil e menos burocrática.
A expectativa da FenaPrevi é que o VGBL Saúde seja lançado no primeiro semestre de 2015, dinamize o mercado de previdência privada e ainda estimule a criação do VGBL empresarial. O produto tem caráter previdenciário por visar à formação de poupança para o pagamento de despesas médico-hospitalares na aposentadoria, quando, em geral, diminui a renda e aumenta a necessidade de cuidados com a saúde.Garantir reserva para esse fimé uma grande preocupação do brasileiro constatada em pesquisas da FenaPrevi – daí a crença de que o produto terá boa aceitação.O principal diferencial do VGBL Saúde é o foco nas micro, pequenas e médias empresas, que não costumam oferecer planos de previdência privadas aos seus profissionais. É que o projeto de lei que regulamenta a nova modalidade, em tramitação no Congresso Nacional, corrige uma distorção tributária: hoje as empresas que beneficiam funcionários com planos de previdência têm de aderir ao PGBL, destinado aos que fazem a declaração de Imposto de Renda completa. Acontece que nas micro, pequenas e médias empresas, cerca de 80% do quadro funcional opta pela declaração de IR simplificada, em razão da faixa de renda. Assim, ao sanar essa distorção, o Congresso abre caminho também para a criação do VGBL empresarial – o que deve ocorrer já em 2015. Outra novidade do setor é o fato de os planos de previdência complementar aberta, tanto na modalidade VGBL quanto na PGBL, poderem, até o final deste ano, compor uma fatia de suas carteiras de renda variável com ações de empresas estrangeiras, preferencialmente papéis de companhias americanas e europeias de alta liquidez.
No Brasil, existem coberturas específicas
para diferentes necessidades
previdenciárias. Segundo
a FenaPrevi, elas são denominadas
coberturas de riscos e coberturas por
sobrevivência, e oferecidas em dois
segmentos: o da previdência complementar
fechada, composto pelos fundos
de pensão ou entidades fechadas
de previdência complementar; e o da
previdência complementar aberta, que
reúne as sociedades seguradoras e as
entidades abertas de previdência complementar.
A diferença principal é o público ao
qual se destinam os planos de benefícios.
No fechado, eles são estruturados
para atender participantes ligados
a uma única empresa, sindicato e
associação de classe, entre outros do
gênero, ou a um grupo de empresas
pré-determinado.No segmento aberto,
visam atender às mesma situações,mas
podem ser contratados por quaisquer
pessoas, independentemente de ter
vínculo com empresa.
Há ainda duas diferentes modalidades
a serem avaliadas, PGBL e VGBL,
considerando especialmente a tributação
diferenciada para o poupador, já
que os planos de previdência privada
devem priorizar o longo prazo. O PGBL
é indicado para quem declara
o Imposto de Renda (IR) pelo
formulário completo, pois há a
possibilidade de dedução do valores depositados da base de cálculo
em até 12% da renda bruta anual. E,
além da redução do imposto a pagar,
o segurado na modalidade pode até ter
direito à restituição.
O VGBL, por sua vez, é indicado para
quemdeclara o IR pelo formulário simplificado,
ou seja, quemse enquadra na
faixa de isenção ou já atingiu o limite
de dedução previsto para a previdência
complementar (12% da
renda bruta).A FenaPrevi destaca
ainda que no VGBL, no
momento do resgate ou do recebimento
do benefício, o IR incide apenas sobre
o valor dos rendimentos auferidos, e
não sobre o valor total do resgate ou
do benefício recebido, como ocorre no
PGBL. Tanto para o PGBL quanto pra
o VGBL, porém, existe a possibilidade
de o poupador optar pelo regime de alíquotas
regressivas do IR. Isso significa
que, quanto mais tempo os recursos
permanecerem aplicados,menor será a
alíquota do IR incidente, como mostra
o gráfico abaixo.
Planejamento
Setor está mais atento à longevidadeA pirâmide etária brasileira tempassado por
importantes transformações, como comprova
o Relatório de Desenvolvimento
Humano 2014, do Programa das Nações Unidas
para o Desenvolvimento (PNUD). O país
acumulou crescimento do Índice de Desenvolvimento
Humano (IDH) de 36,4% entre
1980 e 2013, o que representa aumento anual
médio de 0,95%– omelhor entre os países da
América Latina e do Caribe
no período. Isso significa
que, nessas três
décadas, os brasileiros
ganharam
11,2 anos de expectativa
de vida
e viram a renda
aumentar em
55,9%. Segundo
projeções do
IBGE, o Brasil terá,
em 2050, 64 milhões
de idosos, o equivalente
a 30% da população.
Nesse novo cenário, é imperativa a necessidade
de planejamento financeiro de longo
prazo, pois a longevidade tende a provocar impacto
no sistema previdenciário público.E essa
busca por estabilidade, segundo o vice-presidente
da FenaPrevi e presidente da Bradesco
Vida e Previdência, Lúcio Flávio de Oliveira, é
ainda um dos principais impulsionadores do
crescimento do setor de planos de previdência
privada. “O maior motivador ainda é suplementar
a aposentadoria, pois as pessoas sabem
que em nenhum país do mundo o governo é
capaz de arcar com 100% os rendimentos
que eram obtidos
comos ganhos profissionais.
Isso não é um fenômeno
brasileiro; é uma realidade
dos sistemas de previdência
social do mundo todo
e, por isso, os produtos
previdenciários privados são
oferecidos para suplementar a
aposentadoria emanter o padrão de vida”, explica.
Ele tambémcredita amaior procura por
planos privados de previdência ao amadurecimento
do setor,mais transparente e flexível, e
ao aumento do emprego e da renda.
As seguradoras de previdência privada
aberta também têm se preparado para ofertar
benefícios a um público que tende a viver
cada vez mais. Uma das principais mudanças
ocorreu em 2010, quando entrou em
vigor a nova tábua atuarial brasileira,
ajustada automaticamente a cada quatro
anos à evolução da expectativa de
vida. Isso porque com a redução
da mortalidade e o consequente
aumento da sobrevida
acima dos 60 anos, o
mercado pode oferecer um
lequemais amplo de coberturas
e com maior previsibilidade
na precificação dos diferentes tipos
de seguros destinados a essa faixa da
população. Além da previdência privada,
por exemplo, Oliveira ressalta na Bradesco
Seguros o crescimento dos planos de pensão
para menores e para cônjuges, também
complementares a benefícios pagos pela previdência
pública. “Um deles é a pensão por
morte, por meio da qual é possível investir
em um plano de pensão de forma acessória
para suplementar a renda caso um dos provedores
venha a faltar. São produtos muito
comercializados, com alta taxa de sucesso na
esteira do plano de previdência voltado à aposentadoria”,
defende.
O Bradesco também trabalha para
conscientizar as pessoas de que será
preciso poupar mais, e cada vez mais
cedo, pois se hoje vive-se mais, também
se gasta mais nas idades mais
avançadas, principalmente com saúde.
A instituição tem testado e oferecidos
produtos novos para atender
à expectativa da população longeva. O diferencial é o compromisso
de abordar a questão da
aposentadoria e da previdência
complementar pela ótica
mais abrangente da longevidade,
demonstrando que é preciso levar em conta
não apenas o lado financeiro, mas também a
qualidade da vida que se pretende ter no futuro.
Oliveira acredita que há avanços. “Há cerca
de dez anos, a idade média de entrada nos
planos de previdência privada na Bradesco
Seguros era próxima dos 40 anos e, hoje, está
próxima dos 30. Por faixa etária, atualmente
a predominância é dos clientes entre 31 e 40
anos, com 28%”, diz. Ele também revela um
perfil financeiro ainda conservador e no qual,
na busca pela complementação da aposentadoria,
a maior parte dos participantes costuma
optar pelo recebimento de renda vitalícia.
O fato também é comprovado por pesquisa
da Brasilprev, promovida com a base de 1,73
milhão de clientes, segundo a qual do total
de pessoas que investem em planos PGBL e
VGBL, 81% realizam contribuições mensais.
Além disso, entre aqueles que optaram por
receber o benefício em renda,mais da metade
escolheu o tipo de renda mensal vitalícia.
Ainda segundo o estudo da Brasilprev, a
maior parte das pessoas que aplica em previdência
privada aloca os recursos em renda
fixa, com 93% dos investidores que optam por
ativos de baixo risco, enquanto 7% investem
em fundos de renda variável. “Os clientes conhecem
suas despesas, consideram o investimento
em previdência um compromisso e
valorizam o instrumento por acreditar que ele
incentiva a disciplina de poupança”, comenta o
diretor-presidente da Brasilprev,Miguel Cícero
Terra Lima. O presidente da Bradesco Vida e
Previdência concorda, e diz que o processo de
cultura de longo prazo é evolutivo, mas ainda
em construção. “É fato que o brasileiro está
vivendo mais e, para viver mais com qualidade,
precisa ter planejamento financeiro.Nesse
cenário, um plano de previdência privada se
apresenta como instrumento para programar
essa coisa maravilhosa que é o fato de viver
mais e fazer isso aproveitando a vida. Estamos
caminhando”, comemora.
Planejamento
Foco são crianças e adolescentesA exigência de boa formação cresce namesma
medida dos custos com educação. Segundo
estudo do Instituto Data Popular,
em12 anos,descontada a inflação do período, as
despesas dos brasileiros com mensalidades escolares
cresceram 116%.Os livros e materiais escolares
também custam, hoje, 50% mais.As boas
notícias são que esse movimento é acompanhado
de incremento no total de universitários e de
valorização do tempo de estudo. De acordo com
o Censo da Educação Superior de 2012, houve
elevação de 81% no número de matrículas no
ensino superior brasileiro entre 2003 e
2012. Já segundo o Data Popular, cada
ano de estudo significa 15,7% mais
no salário médio dos brasileiros.
Assim, por mais que esteja caro,
educar é um investimento que traz
retorno. E tanto os pais quanto as
empresas que comercializam planos
de previdência privada estão atentos
a essa nova demanda.
É o caso da Brasilprev Seguros e Previdência ,
uma dasmaiores empresas de previdência
privada do Brasil, que superou em 2014 a
marca de R$ 100 bilhões em ativos sob gestão.
Segundo o diretor-presidente da instituição,
Miguel Cícero Terra Lima, “o foco de quem
investe em planos de previdência para os menores
é garantir, desde cedo, uma reserva para que
a criança possa usufruir quando chegar à fase
adulta – normalmente com vistas à educação,
como faculdade, intercâmbio e especialização”.
A Brasilprev mantém planos específicos
para menores de idade desde 1997, data do
lançamento do Brasilprev Júnior. Atualmente,
do total de produtos da companhia, 37%
são destinados a crianças e adolescentes, com
valor médio de contribuição mensal aportado
por pais ou outros responsáveis financeiros de
R$ 131,00, valor 8% acima da média do último
ano e 31% superior ao dos últimos cinco anos. A gerente de Inteligência e Gestão de Clientes
da Brasilprev, Soraia Fidalgo, também destaca
que omaior objetivo de pais, avós e outros
responsáveis é financiar projetos educacionais
para os pequenos. “Constatamos empesquisas
que pagar uma boa faculdade, cursos técnicos
e de idiomas, e fazer intercâmbios estão na
lista de intenções de quem investe em previdência
privada para crianças”, diz. A executiva
comenta dados da Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico
(OCDE), segundo os quais somente 11% dos
brasileiros entre 25 e 64 anos de idade têm
ensino superior. “Nesse contexto, investir em
um plano de previdência desde o nascimento
dos pequenos contribui para amudança desse
cenário, pois proporciona aos pais, que muitas
vezes não tiveram oportunidade de cursar
uma faculdade, o pagamento dos estudos para
seus filhos. Na Brasilprev, por exemplo, o
cliente pode investir a partir de R$
25,00 mensais”, explica.
A maior seguradora independente
do país em previdência,
a http://www.icatuseguros.com.br/Portal/main.asp, é outra que se
mantém atenta às demandas do
mercado. A empresa, que tem
crescido em média 30%ao ano,
busca a diversificação de fundos
de previdência com todos os tipos
possíveis de investimento permitidos
pela regulamentação. Atualmente, mantém
mais de 35 fundos, incluindo o PREV Junior.
Sérgio Prates, superintendente de produtos
de previdência da companhia, afirma que o
diferencial do plano de previdência focado em
menores é que, a partir de R$ 50,00, o cliente
tem acesso a fundos com taxa de administração
de 2%. “O plano não prevê carregamento
de entrada, e o de saída é 0% após 48 meses.
Está disponível nas modalidades PGBL e VGBL,
e o cliente pode adicionar coberturas de
proteção, em caso de algum imprevisto como
pecúlio por morte, pensão por prazo certo e
renda por invalidez”, diz.
Comtodas essas vantagens, segundo dados da
FenaPrevi, os planos para quem tem menos de
21 anos arrecadaram R$ 1,1 bilhão somente de
janeiro a julho deste ano, crescimento de 11%
em relação ao mesmo período de 2013.
Em 2012, ano em que o número de contratos ativos de previdência privada já somava 11,8 milhões, a FenaPrevi começou a mapear a participação feminina nos planos. Um ano depois, em 2013, esse público já alcançava 42% dos 12 milhões de produtos de previdência privada mantidos no país.No mesmo ano, umplano exclusivo para mulheres foi criado pela Caixa Previdência, o Prev Mulher Caixa.Ele reúne uma série de vantagens, como taxa zero de carregamento de entrada e contribuição mensal mínima de R$ 35,00, além de garantir, em rede de atendimento credenciada ou por meio de reembolso, uma consulta e um exame ginecológico anual – Papanicolau, que ajuda a prevenir o câncer de útero – a todas as clientes. Outra particularidade do Prev Mulher Caixa é o gravidez premiada.O adicional prevê indenização de R$ 50 mil às participantes que ficarem grávidas de gêmeos, trigêmeos, ou mais, por fecundação natural.O valor é pago após o nascimento das crianças cujos partos ocorrerem depois de cumprido o prazo de carência de 280 dias imposto à mãe, o que significa aproximadamente nove meses. Na Bradesco Seguros, o público feminino também é considerado e está em alta. A tendência na companhia é de aumento da participação das mulheres investidoras, que hoje já representam 41% dos clientes. O fato, segundo a empresa, reflete um movimento discreto, mas contínuo, de mudança de perfil. O último censo do IBGE, por exemplo, destacou o aumento de 18% do número de mulheres chefes de família. Já pesquisa da Bradesco Seguros revelou que a opinião da mulher tem mais peso quando se trata de eleger a instituição e a modalidade de plano nas quais serão investidos os recursos de previdência.
O universo empresarial ganhou recentemente um aliado de valor para incentivar os funcionários que têm planos corporativos de previdência privada a planejarem o futuro por meio da gestão adequada do presente. Desenvolvido há cerca de um ano pela Smart Easy Apps, o aplicativo simulador de previdência já está instalado em ambiente notebook em 80 versões sob medida às necessidades de empresas e seguradoras que oferecem planos aos profissionais e ao mercado. O próximo passo, segundo o diretor comercial da Smart, Paulo Ribas, é levar a solução aos smartphones, ajustada às plataformas Windows Phone, Android e IOS. A navegação não é complicada. Depois de baixar o aplicativo, o usuário tem de adicionar dados em três telas: na primeira, sua data de nascimento e a data de admissão na empresa ou de adesão ao plano; na segunda, o percentual de sua contribuição, de acordo com o salário, a taxa real de juros (limitada a 6%) e a estimativa de crescimento salarial (limitada a 3%), além de escolher entre renda vitalícia e por período determinado; e na terceira, o salário atual. Com base nessas informações, o aplicativo informa o valor acumulado pelo contratante ao deixar o plano e quanto esse valor vai proporcionar de renda mensal. Aos que também não aderiram ao plano de previdência, mas planejam fazê-lo, a solução ainda ajuda a definir o tipo mais vantajoso de tributação sobre os recursos alocados, ou seja, se o melhor é optar pela tabela progressiva compensável ou pela tabela regressiva definitiva, de acordo com a faixa etária, o salário, o tempo de contribuição, etc. Ribas observa que, além dessas funcionalidades básicas,o aplicativo pode agregar outras capazes de permitir a interação da empresa com seus funcionários, como alertas sobre a necessidade de alteração cadastral ou dicas para que invistam no futuro parte do 13º salário.
Educação Financeira
Brasileiros estão de olho no futuroPesquisa realizada este ano pela Aegon – empresa que desenvolve e comercializa em 25 países seguros, previdência e produtos de poupança – posicionou o Brasil na segunda colocação no Índice Aegon de Preparo para a Aposentadoria. Com pontuação 6,8 numa escala de zero a dez, o Brasil, que participou pela primeira vez do levantamento, só perdeu para a Índia, cuja marca foi de 7,0 pontos. Anual, o indicador analisa a forma como os empregados avaliam seu nível de preparo a futura fase da vida. Os resultados deste ano se baseiam em consulta com 16 mil indivíduos de 15 países nas Américas, na Europa e na Ásia, dos quais 14,4 mil ainda trabalham em tempo integral. A todos eles foram feitas seis perguntas que explorama compreensão sobre o planejamento previdenciário, o sentimento de responsabilidade pessoal e até que ponto estão economizando para a aposentadoria. Neste ano, como ocorre desde 2012, o índice apresentou melhora em todos os países. O melhor desempenho, no entanto, está nos mercados emergentes, como pode ser observado no gráfico a seguir
É grande o potencial de crescimento da previdência privada no Brasil, já que apenas 12,6% da população economicamente ativa mantém planos e há a emergência de uma nova classe média, beneficiada por programas sociais do governo federal. Esse contexto traz à tona a necessidade de planejamento financeiro e previdenciário, o que vem sendo promovido pela Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF). Instituída como política de estado de caráter permanente, essa mobilização tem como principais características a imparcialidade comercial e gratuidade das iniciativas, que buscam educar as pessoas para que adotem decisões de crédito, investimento, proteção, consumo e planejamento não apenas para uma vida financeira mais sustentável,mas para o desenvolvimento do país. Há avanços importantes. Desde o início das discussões sobre a estratégia, há quatro anos, as ações públicas e privadas na área de educação financeira e previdência saltaram de 100 para 800. Do total, 60% são gratuitas e 31% focadas em crianças e adolescentes, com vistas ao longo prazo. Exemplo é o Programa de Educação Financeira nas Escolas, direcionado aos alunos do Ensino Médio, que tem como objetivo contribuir para o desenvolvimento da cultura de planejamento, prevenção, poupança, investimento e consumo consciente. Para isso, é mantida a plataforma virtual http://www.edufinanceiranaescola.gov.br, na qual são oferecidos materiais didáticos para instruir educadores na transmissão do aprendizado financeiro aos jovens. Outra medida foi a criação da Associação Catarinense das Entidades de Previdência Complementar (ASCPrev) , que mantém site (http://www.aescolhacerta.com.br) com conteúdo informativo sobre o setor, como a importância da previdência complementar, os benefícios aos participantes de planos, como são definidas ameta atuarial e as políticas de investimentos, direitos e deveres do participante e/ ou assistido e como funciona o reajuste anual de benefícios.
Educação Financeira
A Aegon constatou grandes variações na atitude individual relacionada à aposentadoria e ao seu preparo nos vários países envolvidos na pesquisa on-line que promoveu com 16 mil indivíduos de 15 países. No entanto, há temas importantes em comum que embasam as seguintes recomendações da empresa para indivíduos, empregadores e governos.
Embora as pessoas estejam cada vez mais conscientes da necessidade de poupar, isso não é suficiente, já que poucos são os que de fato guardam dinheiro para a velhice. Os governos, empregadores e indivíduos compartilham a responsabilidade de transformar consciência em ação: os dois primeiros devem apresentar aos indivíduos, pelo menos uma vez ao ano, uma declaração clara e concisa dos benefícios que podem esperar receber ao se aposentar, assim como as ferramentas e informações que precisam para realizar um plano de economias eficaz para si próprios e suas famílias. Os indivíduos devem usar essas informações e obter qualquer aconselhamento profissional adicional para adotar seus próprios planos de aposentadoria.
Eles pouparão mais se constatarem melhora no ambiente econômico e receberem incentivos. Nesse sentido, os governos precisam ofertar os estímulos fiscais adequados para favorecer a poupança pessoal e a contribuição dos empregadores. Assim, reduzem a dependência dos programas governamentais e garantem quemais pessoas se aposentem com um nível de renda suficiente. Para encorajar a poupança é importante proteger os incentivos, sempre que possível, de cortes nos gastos do governo.
Existe necessidade clara de um leque limitado de produtos de poupança para a aposentadoria fáceis de entender. Escolhas demais geram confusão e resultam em muitas pessoas não fazendo escolha alguma. Uma solução que já deu certo em muitos países é a inscrição espontânea de empregados em planos de poupança do empregador. A iniciativa deve ser combinada com aumentos constantes da quantia poupada, à medida que o salário é reajustado. Outra prática útil é padronizar as economias em um veículo de investimento com meta ou de ciclo de vida que reequilibre o investimento do indivíduo na medida em que ele envelhece, simplificando o processo de investir.
A pesquisa mostra que a melhor maneira de se preparar para a aposentadoria é começar cedo e economizar regularmente. É preciso fazer mais para educar as pessoas quanto aos benefícios dessa abordagem – que é muito mais eficaz do que começar tarde na vida economizando quantias maiores por menos tempo. Começar mais cedo também ajuda a proteger contra imprevistos, como doenças e desemprego.
Estudos mostram que quase metade dos trabalhadores deixa o mercado de trabalho antes da aposentadoria esperada, por várias razões, como invalidez ou doença, necessidade de cuidar de um membro da família e perda do emprego. Os indivíduos precisam prever essas situações em seus planos de aposentadoria para evitar consumir o que pouparam para o futuro. Um plano B poderia incluir o estabelecimento de um fundo pessoal de emergência ou a contratação de um seguro contra perda de renda devido à invalidez ou ao desemprego.
Mais pessoas querem permanecer ativas por mais tempo, o que não apenas as ajudam a preencher lacunas em seus rendimentos para a aposentadoria, mas também poupa dinheiro do governo e garante a continuação da contribuição do indivíduo para a economia.
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